8 de outubro de 2009

Bojoias da minha Vida!



 Colar Arco Íris de Nazaré - 2009 - No Polo Joalheiro

Para quem não conhece a minha história com elas aqui vai:

Quando criança convivia com objetos indígenas originais trazidos por meu pai das várias aldeias que passava a trabalho. Ele é biomédico da UFPA, e era convocado a trabalhar para a FUNAI. Eram todos os tipos de objetos indígenas, dos diversos tamanhos, cores e materiais imagináveis. Todos ganhados de presente ou trocados, numa relação bem próxima. Naquele tempo, não existia essa indústria de objetos indígena que hoje existe. Eram raros de se obter.

Então, minha infânica foi brincando com Cocares lindíssimos, arco e flecha de verdad. Sentando em banquinhos escupidos, vestindo tangas, colares de sementes e miçangas, penteando o cabelo com pente indígena; sem contar que meus brinquedos eram guardados nos cestos maravilhosos, e por vezes eu durmi em fabulosas redes de fios naturais tecidos, feitas manualmente. Naquela idade eu não compreendia a riqueza a que tinha acesso. Mas me sentia muito feliz por brincar com coisas tão belas.

Hoje, com 26 anos, lembrando de minha infância, compreendo o quanto àqueles momentos influenciaram na formação de minha percepção atual, na minha criatividade, no meu amor pelo que é de minha terra e do meu povo; o quanto fui previlegiada em ter acesso àquela diversidade de materiais, técnicas e cultura em casa ao meu dispor.

Assim, essa convivência durou até uns 12 anos de idade, e os objetos, por falta de armazenamento adequado, se disfizeram com o tempo.

Com essa mesma idade, 12 anos, comecei a frequentar no horário oposto ao de minha aula do NPI, cursos livres que o próprio colégio oferecia num espaço que hoje nem deve existir mais. Mas lá, eram oferecidos cursos de crochê, bordado, cartão vegetal, montagem de bijuterias, serigrafia, cartonagem e tantos outros, que eu fiz. Entendo, hoje, foi naquele momento que iniciei o desenvolvimento de minhas habilidades manuaias.

Hoje eu sou muito grata, por ter tido a oprtunidade e o fácil acesso a estes cursos que eram oferecido dentro do meu colegio gratuitamente como complemento extra. Engraçado que ninguém fazia e ainda me criticavam por fazer. Era triste porque ficavam lá as salas, as professoras maravilhosas e os materiais abandonados! Hoje sei a importancia que tiveram na minha formação profissional. Até hoje eu sonho com essas salas, com um sentimento de nostalgia!

Depois, já na adolescência (13 e 14 anos), eu comecei a fazer bijuterias montadas para vender no colégio. Criava, montava e vendia. Vendi tanto, que comprei roupas para mim, e chamei meu irmão e um amigo para me ajudar a montar. Depois parei.

Já com 16 anos, eu não sabia exatamente que curso queria fazer. Até que numa feira de vestibular escutei uma explicação sobre o recente curso do CCNT. Meu, hoje, amigo Victor Palheta, que naquele momento eu não conhecia, me convenceu a prestar vestibular para o mais novo Curso da UEPA, Design Industrial.

Já cursando Design Industrial, eu pretendia trabalhar com Design Gráfico. Mas através de uma indicação do meu querido mestre, Hernandes Fonseca, no final do segundo ano de curso, em outubro de 2002, iniciei como estagiária da empresa recém nascida, Ecojóias da Amazônia, cujos donos são até hoje Antônio Carlos Nascimento, o famoso "Carlinhos da Praça", e André Pinheiro, que náquela época era sócio-proprietário da Empresa Chamma da Amazônia, e hoje é o proprietário da empresa Riquezas da Amazônia.

Confesso que quando fui ser entrevistada para o estágio no local da empresa, fiquei bastante desconfiada, pois o local era muito suburbano. Mas depois comecei a trabalhar meio expediente no local tranquilamente.

Hoje também posso afirmar que 80% do que aprendi sobre materiais naturais e seu beneficiamento foi através do Carlinhos, que também ensinou e treinou todos os demais trabalhadores da empresa.

cont. depois...

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